por: Eunice Ferrari
Precisamos aprender a ouvir os sinais que o mundo invisível costuma nos mandar ininterruptamente, mas devido aos nossos limitados sentidos inferiores, quase nunca conseguimos ouvi-los.
Tudo acontece de forma muito mais fácil quando ouvimos e respeitamos esses sinais. Nossas vidas são feitas de fases, que na maioria das vezes não percebemos. Se você parar para refletir, perceberá que poderia ter evitado muita angústia e desapontamentos se tivesse respeitado os sinais de seu corpo, sua mente ou de suas emoções.
Quando falo em mundo invisível, não me refiro necessariamente ao mundo espiritual. Como você quer ouvir o mundo espiritual, se nem ao menos consegue ouvir seu corpo?Mas como podemos começar a aguçar nossas sensibilidades e ter acesso a esses sinais? Infelizmente, enquanto não aprendermos a silenciar, não conseguiremos abrir os canais mais sensíveis.
O primeiro passo é aprender a parar e respirar. Em seguida, relaxar e, por fim, meditar. Aprender a meditar não é algo que se faça da noite para o dia, muitas vezes é trabalho para toda vida.
O que você precisa é começar. Dessa forma, terá chance de desenvolver o gosto por esse estado. E esse desenvolvimento é absolutamente natural, pois é isso que sua alma pede a você há muitos séculos. Quando começar a sentir os benefícios do estado de silêncio, não sentirá mais vontade de parar. E dessa forma, naturalmente, você buscará por mais e mais silêncio e equilíbrio. Nosso corpo e alma possuem uma propriedade natural de auto-regulação e é através do relaxamento, da respiração e do estado de silêncio que essa propriedade tem chance de atuar em nós.
Toda natureza tende ao equilíbrio e por causa de nossa conturbada vida de estresse, neuroticamente, evitamos todo contato com esse estado.
Todo relaxamento pressupõe entrega e entregar-se é um estado que quase nunca conseguimos experimentar. Quando você consegue vivenciar momentos de entrega, toda ansiedade desaparece, pelo menos temporariamente. Nesse momento abre-se uma brecha para a auto-regulação. No entanto, raramente nos entregamos porque sentimos medo, muito medo. Entrega pressupõe confiança na vida e confiança é algo que desaprendemos há muito tempo, se é que algum dia a aprendemos.
Até em nossa memória biológica trazemos o medo, desde os tempos das cavernas, todo estresse que fomos obrigados a vivenciar na luta pela sobrevivência. Temos medo de viver, de morrer, do sexo, do amor, da loucura, somos movidos por esse sentimento. O medo faz parte de nossa formação biológica e emocional. É um sentimento saudável, desde que utilizado para nossa proteção, e neurótico quando se torna tão grande que não conseguimos sequer dar um passo em direção ao nosso crescimento.
Entregar-se não é fácil exatamente por causa dos medos inconscientes que trazemos dentro de nós. Procure investigar profundamente a origem de seus medos. Se não conseguir, é porque eles estão severamente cristalizados e escondidos dentro de você. Nesse caso, busque ajuda profissional.
Procure meditar todos os dias. Discipline-se nesse sentido. Não dê desculpas a você mesmo. Toda desculpa abriga em si os seus medos. Você possui todos os recursos necessários para ter uma vida mais plena e feliz, no entanto há um lado em você que impede essa busca. Observe esse lado quando estiver em silêncio. Peça resposta a você mesmo e espere um tempo. Observe atentamente aos sinais durante todos os dias. Seu próprio inconsciente dará a você todas as respostas necessárias.
Você precisa dar o primeiro passo, aquele que pode tirá-lo dessa roda viva. Sem esse primeiro passo, você não conseguirá seguir adiante. Comece hoje, não deixe para depois.
sexta-feira, 25 de abril de 2008
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